Ele e a segurança dependem, em grande parte, dos amortecedores, que precisam ser considerados em conjunto na hora da manutenção
Texto | Paulo Carneiro
Conforto e segurança ao dirigir são princípios dos quais nenhum motorista abre mão. Só que o sossego acaba quando surgem barulhos estranhos e sinais de instabilidade no veículo. Dependendo do caso, o problema pode estar relacionado aos amortecedores e outros itens do sistema de suspensão. Para evitar surpresas, é bom fazer sempre a manutenção preventiva, mas não custa nada seguir algumas dicas fornecidas por especialistas no assunto.
Segundo o supervisor de assistência técnica da Affinia Jair Silva, o desgaste do amortecedor, proveniente do uso, afeta a dirigibilidade e pode comprometer outros componentes, deixando o reparo mais oneroso. “Os principais sinais de alerta a serem observados são a perda de estabilidade, balanço excessivo nas arrancadas e freadas, desgaste escamado dos pneus, barulho insistente ou ainda vazamento do fluido”, afirma. “Quando isso acontece é porque está na hora de trocar os amortecedores.”
Jair explica que o amortecedor serve para controlar as oscilações das molas, manter os pneus em contato contínuo com o solo e absorver impactos, propiciando conforto, segurança e estabilidade. Ainda segundo ele, geralmente a carga de tração e de compressão é determinada pela montadora, o que garante a tranquilidade do usuário. “Quando um componente esgota sua vida útil, todos os demais já sofreram o mesmo desgaste. Por isso, a troca deve ser feita em conjunto, utilizando-se peças com as mesmas características e qualidade das originais.”
40 mil km. De acordo com o técnico, a partir dos 40 mil km rodados é recomendável fazer uma revisão a cada 10 mil km. “O alinhamento de direção e o balanceamento das rodas podem ajudar a prolongar a vida útil dos amortecedores”, diz. “É importante lembrar que terrenos irregulares exercem maior impacto, podendo provocar o desgaste prematuro.”
Com a mesma orientação, o assessor técnico da Fiat Ricardo Dilser destaca as trepidações, barulhos e instabilidades como “recados” dados pelo veículo de que está na hora de checar os amortecedores. “Nesse caso, o consumidor deve procurar a rede autorizada para a avaliação da suspensão. De acordo com o manual de uso e manutenção, aconselha-se fazer uma análise visual a cada 15 mil km para verificar se há avaria ou deformidade nos componentes.” Dilser também aconselha a troca de todo o conjunto e não apenas de um item isolado. “Isto é necessário para que a suspensão mantenha o mesmo comportamento em todas as rodas, garantindo a segurança na condução do veículo.”
Em sua opinião, o prolongamento da vida útil do amortecedor depende, em certa medida, da habilidade e do bom senso do motorista. “É necessário manter os pneus calibrados, a suspensão alinhada e as rodas balanceadas, além de não sacrificar o veículo com cargas excessivas e evitar buracos.” O profissional destaca que é importante seguir as normas indicadas pelo fabricante e fazer as revisões previstas no manual do proprietário.
Vestígios de vazamento. Na opinião do presidente do Sindirepa de Pernambuco, Airton Tenório de Albuquerque, na maioria das vezes os problemas podem ser detectados nos vestígios de vazamento e na perda de resistência. “É recomendável que o motorista leve o veículo a uma oficina de confiança para as verificações”, afirma, ao acrescentar que só os profissionais podem diagnosticar com precisão o estado do amortecedor. “A experiência mostra que é preciso investigar cada detalhe para se descobrir a origem do problema, sendo que outros itens também precisam ser examinados, como batentes, coxins e molas.”
Essa recomendação é compartilhada pelo gerente de marketing e vendas da Fabrini, Newton Rosset, ao explicar que as molas também sofrem desgaste em decorrência do mau funcionamento do amortecedor. “Na realidade, elas absorvem todo e qualquer impacto a que o veículo é submetido, enquanto os amortecedores gerenciam o trabalho das próprias molas.” Por essa razão, Newton afirma que os dois componentes merecem a mesma atenção no momento da revisão. “É bom checar se há fadiga decorrente das condições de uso, bem como a situação do batente, que recebe o impacto quando as molas e amortecedores não funcionam bem.”
Com foco no conjunto, o promotor técnico de vendas da Sampel, Gerson Santos, afirma que o kit colocado no mercado pela empresa leva em consideração o desgaste a que é submetida toda a suspensão.
“Para que o sistema funcione adequadamente, é necessário que todos os componentes estejam em perfeitas condições”, diz. Segundo ele, o kit é composto por coxim, coifa e batente de poliuretano, que atua como auxiliar da mola na absorção dos impactos.
De acordo com Santos, o coxim superior alivia o impacto na região de apoio do amortecedor em relação à carroceria, da mesma forma que a coifa protege o selo e a haste da ação agressiva de agentes externos, como água, pedra, terra e poeira.
“O batente, por sua vez, bloqueia os impactos de fim de curso, reduzindo o impacto da mola. Quando montado na suspensão traseira, funciona como mola auxiliar no início do movimento da suspensão e bloqueia o final de curso”, afirma. “A recomendação é que sejam trocados sempre quando houver troca dos amortecedores.”
Também com o respaldo de larga experiência e estudos técnicos, o coordenador de treinamento da Monroe Axios, Juliano Caretta, recomenda que o motorista leve o veículo a uma loja ou oficina de confiança ao perceber ruídos na suspensão. Segundo ele, o SAC Monroe Resolve indica revendas qualificadas e treinadas em todo o Brasil para esse tipo de serviço. De acordo com Caretta, a Monroe Axios disponibiliza uma linha de coxins, buchas, bandejas, batentes, kits para amortecedores, bieletas e kit de reparo com alto padrão de qualidade. “Todas as peças são desenvolvidas seguindo rigorosamente as características do veículo”, diz.
“Além disso, a Monroe Axios utiliza componentes exclusivos na mistura da borracha que proporcionam a máxima proteção contra a oxidação e contra os raios ultravioletas, aumentando a vida útil dos componentes.” O coordenador explica ainda que a Monroe Axios emprega adesivo especial nesse processo, o que garante máxima aderência na vulcanização da borracha no metal. “Vários testes de qualidade são realizados para assegurar ao cliente o melhor produto do mercado.”
Monroe na Mídia
O sonho do conforto
Fonte: Pellegrino